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Conteúdos

Carta Mensal - Abril 2025

  • Foto do escritor: Rodrigo Seixas
    Rodrigo Seixas
  • 14 de mai.
  • 3 min de leitura

O valor da paciência: um mercado em compasso de espera


Cenário Macro Global


Na carta anterior, ressaltamos a elevação das tensões comerciais globais por conta das novas tarifas americanas, levadas a frente pelo presidente americano, Donald Trump. Agora, começam a surgir os primeiros dados econômicos que, embora ainda preliminares e de difícil interpretação, já sinalizam mudanças marginais na dinâmica do PIB e do mercado de trabalho nas principais economias globais.


Para os EUA, os dados de PIB do primeiro trimestre mostram uma contração leve, de 0,3%, em boa parte por conta das antecipações de importações de bens e serviços, que aumentam o déficit em conta corrente da principal economia global. Essa leitura é reforçada pela queda na confiança do consumidor e dos produtores americanos, sugerindo possível desaceleração da atividade econômica.


Ainda assim, os dados de emprego continuam sólidos, de modo que ainda não se vê uma direção clara do andamento da economia americana. O FED, por sua vez, deixa claro em seu pronunciamento que as futuras decisões acerca da política monetária dependerão da dinâmica do mercado de trabalho, ainda resiliente. Dessa forma, o mercado adotará um natural conservadorismo à espera de novos índices de atividade e emprego, resultando na chamada “fuga para qualidade”, o que mantém o Dólar valorizado.


Cenário Macro Brasil


No Brasil, o Banco Central elevou a taxa básica de juros para 14,75%, conforme esperado. Em seu comunicado, o BACEN reforça a proximidade do fim do ciclo de alta, mencionando que o atual patamar de juros é suficientemente restritivo para convergir a inflação à meta, especialmente considerando os efeitos defasados das altas anteriores e o cenário externo incerto, que podem trazer impactos desinflacionários por conta da expectativa de desaceleração da economia global. O texto sugere ainda que apenas um agravamento relevante dos fundamentos macroeconômicos justificaria uma reavaliação dessa trajetória.


Apesar do significativo aperto monetário — com a Selic retornando a níveis não vistos desde 2006 — a inflação segue resistente. O mercado de trabalho brasileiro permanece aquecido, com uma média de criação de 130 mil vagas formais por mês desde fevereiro, o que tem limitado o efeito desinflacionário dos juros elevados. Nos últimos 12 meses, o índice de preços acumulou alta de 5,53%, permanecendo acima do teto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional.


Cenário de Crédito


No mês de abril, foi destaque a expansão de crédito financeiro total divulgada pelo BACEN, com alta de 0,6%. Embora na margem os números mostrem certo esgotamento das concessões de crédito totais, o indicador ainda é sólido, com contribuição significativa das ações de estímulo por parte do governo, como o aumento das linhas de crédito consignadas via FGTS.


A expectativa é de uma expansão significativa no volume da nova modalidade de crédito nos próximos meses. O programa Crédito do Trabalhador tem potencial para alcançar mais de 40 milhões de brasileiros, entre trabalhadores com carteira assinada e microempreendedores individuais (MEIs). Grandes instituições financeiras já se mobilizam para ampliar suas operações nesse segmento. O

Bradesco, por exemplo, anunciou que intensificará a oferta do produto em breve, sinalizando o interesse do sistema bancário em aproveitar essa nova frente de concessão.


No noticiário corporativo, o destaque ficou por conta das novas notícias relacionadas ao Banco Master. Após as análises preliminares feitas pelo Banco BRB, R$ 33 bilhões de reais em ativos ficarão de fora da aquisição, o que exigirá que o Master encontre novos compradores para esta fatia da carteira. Também foi noticiado o pedido formal de uma linha de crédito feita pelo Master junto ao FGC, para rolagem de R$ 10 bilhões em CDB’s emitidos pela instituição com vencimento nos próximos 2 anos. A medida busca conceder tempo ao banco para liquidar ativos com menor pressão por preço.


Diante desse cenário, recomendamos a redução de exposição, inclusive para clientes ainda cobertos pelo FGC, com o objetivo de mitigar riscos. Acreditamos que o momento atual exige prudência na alocação em crédito privado. Seguimos atentos à identificação de novas oportunidades, priorizando sempre a segurança e a qualidade dos ativos.



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